A displasia de cotovelo em cães é uma alteração de desenvolvimento influenciada por fatores hereditários, ambientais e nutricionais, na articulação chamada de úmero-rádio-ulnar.
Sua causa nao é tão compreendida porém acredita-se que são pelas seguintes alterações: Incongruência articular, fragmentação do processo coronóide medial da ulna, não união do processo ancôneo e a osteocondrite dissecante.
Os cães afetados são de médio a grande porte. As principais raças acometidas são: Bernese Montain, Labrador Retrivier, Rottweiler, Golden Retrivier, Bulldog Inglês e Pastor Alemão.Os primeiros sinais clínicos são apresentados de 4 a 8 meses de idade.
Seus sintomas são sutis ou ausentes em estágios iniciais e com certa frequência se apresentam em ambos os lados, autores afirmam que a forma bilateral da doença pode ultrapassar 50% dos casos, é necessário que os tutores tenham conhecimento a respeito da evolução da doença, cuja esta levara obrigatoriamente a uma osteoartrose de cotovelo como lesão secundaria as alterações citadas acima.
A displasia é caracterizada por 4 alterações distintas:
1. A Fragmentação do Processo Coronóide medial da Ulna acredita-se que seja secundaria a incongruência articular, isto ocorre quando o rádio é mais curto ou existe o crescimento exagerado da ulna, fazendo com que o processo coronóide medial torna-se mais suscetível a traumas e fragmentação pelo uso da força.
2. No caso da Não união do processo ancôneo, ocorre devido a ulna ser de tamanho reduzido ao invés do radio e há o crescimento deste radio, por consequência levando o côndilo umeral para dentro do processo ancôneo, aumentando o sofrimento nesta região ainda mais quando a articulação é estendida.
3. A osteocondrite dissecante ocorre por consequência do distúrbio de ossificação endocondral e possui esse nome quando ocorre destacamento de uma porção da cartilagem localizada no côndilo umeral medial, quase sempre está associada com a doença do processo coronóide e apresenta-se em forma de erosões de cartilagem em graus diferentes no côndilo umeral, este processo ocorre por fatores como idade, sexo, raça, peso, alimentação com alto teor calórico, cálcio e fósforo em excesso, baixo aporte sanguíneo no local afetado e traumas. A porção destacada pode ser reincorporada no osso através de tecido chamado fibroso, porem o problema da fibrocartilagem é que ela não possui suporte mecânico adequado, o ideal é o fornecimento sanguíneo adequado para a ossificação. Quando se trata da osteocondrite dissecante ocorre a osteoartrite secundaria.
4. Incongruência articular é a má formação dos componentes ósseos da articulação do cotovelo e por consequência uma discrepância entre radio e ulna ,devem se encaixar de forma suave para o deslizamento correto e executar os movimentos adequados, qualquer crescimento incorreto desses ossos sobrecarrega as regiões de processo ancôneo e ou processo coronóide.
Como é o diagnóstico da displasia de cotovelo ?
Um dos principais sinais da displasia é a claudicação e por consequência disso a osteoartose avançada. O diagnóstico é realizado através da radiografia,porem em alguns casos para visualizar a incongruência articular é realizada a tomografia computadorizada por ser mais sensível. Na osteocondrite dissecante e
a fragmentação de processo coronóide a escolha principal para o diagnóstico é a artroscopia.
O diagnóstico deve ser realizado de forma rápida, no entanto na maioria dos casos só é diagnosticada apenas quando há uma claudicação mais evidente e uma osteoartrose avançada, é importante o exame ortopédico de animais com 15 a 20 semanas de idade em ambos cotovelos, caso não possuam alterações radiográficas deve-se repetir a avaliação entre 4 a 9 meses de idade.
Tratamento para displasia de cotovelo em cães
O tratamento vai depender da idade do animal, dos graus de incongruência, presença de osteoartrose, peso, presença de dor e graus de claudicação.
Existem dois tipos de tratamento: conservadores e cirúrgicos, com o objetivo de alivio de dor, manutenção da função do membro e atrasar a progressão da Osteoartrose.
- O procedimento cirúrgico não vai ser indicado nos casos de osteoartrose grave e estabilidade articular, nesta situação é adequado controle de dor com analgesia, reabilitação e a fisioterapia, as cirurgias são indicadas para animais jovens e maduros com osteoartrose de leve a moderada e articulação sem nenhuma estabilidade. A reabilitação pós-operatória é imprescindível para manter a amplitude dos movimentos, controle de dor e inflamação, sendo realizadas aplicações de laserterapia, eletroterapia, magnetoterapia, além disso exercícios isométricos e hidroterapia para o ganho de força muscular e recuperação funcional.
- No caso do tratamento conservador são importantes sessões regradas de fisioterapia com atividades de baixo impacto e esteira aquática, a principal função é aumentar o fluxo sanguíneo na região, aumentar mobilidade, massa muscular e aumento de estabilidade articular.
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