Artrite e artrose em cães: compreenda do que se trata, quais suas variações e os tratamentos mais eficientes para combatê-la de forma eficiente
A artrite e artrose em cães é caracterizada pela degradação da cartilagem articular acompanhada por alterações ósseas e dos tecidos moles da articulação, incluindo esclerose óssea subcondral, formação de osteófitos e sinovite, resultando clinicamente em uma disfunção da articulação comprometida.
Também chamada de osteoartrose ou osteoartrite, a artrite e artrose em cães pode variar de intensidade, desde moderada a intensa, dependendo da fase da doença, e resultar em significativa diminuição da qualidade de vida do pet. Nesse artigo a Fisio Care separou algumas informações importantes sobre o tema e as maneiras mais eficientes de tratamento.
O que é artrite e artrose em cães e suas variações
O termo artrose refere-se a uma degeneração não inflamatória da articulação. A maioria das lesões por osteoartrose vistas na medicina veterinária são caracterizadas por uma degeneração de cartilagem lentamente progressiva com produção de osteófitos (bicos de papagaios), geralmente causadas por algum trauma ou microtrauma (desgaste anormal da articulação).
A base para classificar a doença das articulações em cães parte da análise da resposta inflamatória ou não característica da moléstia. Isso porque, em muitos casos, não há inflamação do revestimento sinovial em comparação com outras doenças articulares mais inflamatórias. Portanto, a denominação mais correta para a maioria das doenças degenerativas articulares é, ao invés de osteoartrite, osteoartrose ou doença articular degenerativa (DAD).
Muitas doenças articulares agudas progridem para uma osteoartrose crônica, traçando o objetivo do ortopedista veterinária na busca por minimizar ou interromper essas mudanças. Quando o caso já é crônico, o objetivo é minimizar o desconforto e melhorar as funções dos membros, como veremos a seguir.
Os dois tipos de doenças articulares não inflamatórias
As doenças articulares não inflamatórias podem ser divididas em dois tipos. Vejamos:
1 – Doença articular degenerativa primária: a DAD primária é caracterizada pela degeneração da cartilagem, geralmente encontrada em animais idosos, que ocorrem sem motivação aparente, mas normalmente vinculada ao desgaste normal das articulações ao longo da vida do animal ou através da prática recorrente de esportes de alta performance ou em cães de trabalho (como cães militares ou de polícia).
2 – Doença articular degenerativa secundária: a DAD secundária se desenvolve a partir de condições anormais ao funcionamento fisiológico da articulação, geralmente causada por alterações na conformação anatômica ou incongruência óssea que afetam a articulação em si ou de estruturas secundárias a ela, como músculos, tendões e ligamentos.
Essa forma de degeneração é mais comum em pequenos animais, sendo que seu entendimento tende a ser mais complexo de ser compreendido, inclusive no ser humano. A maioria dos autores entendem que a hipótese mais aceitável é que a DAD secundária se inicia com o rompimento microscópico da cartilagem, causado por compressão ou cisão do tecido por movimentos anormais (instabilidade articular) ou displasias (falta de congruência) entre os tecidos duros que compõem anatomicamente a articulação.
Os fenômenos que ocorrem com o avanço da doença articular degenerativa
O processo de compressão ou cisão do tecido provoca danos às células, liberando catepsina que induz a perda da barreira colágena da matriz cartilagínea. A perda do colágeno é fundamental, pois este modula a entrada e saída de moléculas de água que se ligam às agrecanas, permitindo que o animal mantenha a mobilidade correta quando do contato entre dois ossos de formatos diferentes.
As agrecanas, quando expostas ao contato sem controle com a água (pela perda da barreira de colágeno), faz com que a cartilagem se torne muito inchada e perca a elasticidade ideal para que resista a grandes pressões tornando o tecido quebradiço, levando a traumas sucessivos e, por consequência, para uma maior perda de proteoglicanos (que dão maior elasticidade e firmeza a pele e ajudam na formação de colágeno).
As diversas tentativas fisiológicas de cicatrização, como tecido de granulação, proliferação de condrócitos, aumento da produção de proteoglicanos e osteófitos, se tornam desorganizados e improdutivos pelos mediadores inflamatórios causados pelo estresse anormal por instabilidade articular e incongruências ósseas, levando à progressão da doença.
Estes fenômenos explicam porque, ao se iniciar o processo de lesão osteoarticular, nunca mais será possível a interrupção do processo, sendo impossível uma cura efetiva da enfermidade. Ou seja, em nenhuma circunstância existirá um tratamento indicado para a cura, mas sempre paliativo, independente se cirúrgico, fisioterápico, holístico ou medicamentoso.
Quais os tipos de tratamento mais efetivos?
O melhor tratamento para a osteoartrose em cachorro é a prevenção. Quando qualquer enfermidade que pode causar uma disfunção articular degenerativa for detectada, deve ser iniciado um tratamento o mais rápido possível, como o controle de peso, mudança de pisos lisos, exercícios para fortalecimento muscular ou cirurgias.
Infelizmente a maioria dos casos é instituído um tratamento após a constatação do processo de disfunção articular degenerativa. Os objetivos, então, são de diminuir a dor, manter a função e amplitude de movimentos articulares e estabelecer atividades físicas normais para a manutenção da qualidade de vida do cão. Vejamos os exemplos mais efetivos de tratamento para artrose em cães:
1 – Tratamento não cirúrgico: o repouso é uma forma de tratamento e deve ser indicado em casos agudos ou recidivos de dor. A ideia do repouso é diminuir a inflamação e reabsorção de detritos articulares. Claro, sem imobilização total e mantendo algumas atividades de movimentação passiva para garantir a manutenção da amplitude de movimentos e prevenir a perda de massa muscular.
Em todos os casos não cirúrgicos, a fisioterapia tem se tornado uma grande aliada. As diferentes técnicas detêm o processo de deterioração das articulações, combatendo as dores crônicas, fortalecendo os músculos e articulações e resgatando a qualidade de vida do animal de forma gradual e equilibrada.
Os métodos menos invasivos são os que têm obtido os melhores resultados no controle da dor e melhora da qualidade de vida e bem estar dos pets. Os exemplos mais eficientes passam pelo uso de agentes físicos (laserterapia, eletroterapia, magneto e fototerapia), em união com a hidroterapia veterinária (uso de esteiras aquáticas), promovendo exercícios controlados de baixo impacto em uma esteira submersa, evitando o contato com o solo duro sem perder os benefícios do fortalecimento e aumento da amplitude de movimentos resultantes da prática de exercícios de movimentação.
2 – Tratamento medicamentoso: a maioria dos medicamentos não tem ação específica para a artrose, e são utilizados com o objetivo de aumentar o bem estar e combater a dor dos pets. Os mais utilizados são os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como carprofeno e meloxicam. Outras drogas analgésicas como o tramadol e gabapentina também podem ser utilizadas em combinação com a AINEs, entretanto, se mostraram menos eficazes no controle da dor.
3 – Condroprotetores: os condroprotetores para artrose em cães, mais apropriadamente denominados de moduladores de disfunção articular degenerativa, são medicações compostas por substâncias encontradas nas articulações, auxiliando na produção dos componentes da cartilagem. Como há um desequilíbrio entre a formação e a degradação da cartilagem, o condroprotetor é utilizado para reduzir essa destruição, impedindo que a artrose cause mais deformações articulares e atrapalhe a rotina do pet.
Apesar dos condroprotetores terem certa eficácia no combate da dor e progressão da doença articular, estes devem ser utilizados em conjunção com outras medidas como perda de peso, evitar lesões e esforço repetitivo, e a instituição de sessões de fisioterapia para o bom funcionamento do medicamento.
Conte sempre com especialistas para te ajudar no combate a artrite e artrose em cães
A Fisio Care Pet investe pesado na qualificação de seus profissionais e na forte estrutura capaz de oferecer aos seus pacientes o que há de mais moderno e eficiente na fisioterapia veterinária, respeitando cada caso e paciente com um programa de reabilitação planejado para uma recuperação gradual e saudável.
A artrite e artrose em cães é uma doença que merece atenção. A reabilitação é um processo contínuo e que necessita conscientização, principalmente dos tutores, para que os resultados sejam realmente eficientes no resgate da qualidade de vida do pet. Encontre agora mesmo a unidade Fisio Care mais próxima de você ou preencha o formulário de agendamento abaixo e marque uma consulta. Venha ver como podemos traçar um programa de reabilitação eficaz para o seu amigo.