Cães e humanos possuem uma longa história de parceria, e essa relação tem se estreitado cada dia mais com o aumento da expectativa de vida e dos diversos tratamentos e terapias que têm ajudado a manter a qualidade de vida dos pets. Nesse artigo falaremos de algumas das mais importantes doenças ortopédicas de cachorro velho e como combatê-las.
Assim como nós humanos, o processo de envelhecimento dos cães provoca alterações importantes do organismo, o que implica no desenvolvimento de algumas doenças mais comuns nessa fase. Por isso, é muito importante que os tutores conheçam os sinais e aspectos dessas patologias e como melhor tratar o cachorro velho.
Como é o processo de envelhecimento dos cães?
O envelhecimento canino se caracteriza pela perda progressiva da integridade fisiológica do organismo. Há uma ampla diversidade de fatores ligados ao envelhecimento dos cães, desde internos (como a própria programação genética do pet), como externos (como alimentação, clima e estilo de vida), bem como a ocorrência de determinadas doenças.
Esses aspectos, em conjunto, determinam o ritmo e velocidade em que ocorrerá o envelhecimento, ou seja, acelerando ou não o processo degenerativo inerente do ser, prolongando a vida quando essas condições são positivas ou encurtando, quando negativas.
Como identificar os sinais de envelhecimento do cão?
A maioria dos tutores recebem orientações sobre as mudanças fisiológicas ligadas ao cachorro velho, como alterações metabólicas, da condição corporal e das habilidades sensoriais. Entretanto, poucos são instruídos sobre as mudanças comportamentais e cognitivas relacionadas ao avanço da idade.
O comportamento dos animais é regulado, em sua maior parte, pelo sistema nervoso central, pelos órgãos sensoriais e pelo sistema musculoesquelético. Isso quer dizer que qualquer doença que interfira no funcionamento do organismo vai provocar uma alteração de seu comportamento.
Em outras palavras, as mudanças comportamentais costumam ser os primeiros sinais de diversas patologias em um cachorro velho. Algumas mais sutis, outras nem tanto. Entre os principais sinais da idade estão:
- Declínio da aprendizagem;
- Declínio da memória;
- Declínio da sociabilidade;
- Declínio da atenção;
- Declínio da curiosidade a novos objetos;
- Declínio das atividades físicas;
- Declínio da vontade de brincar
- Declínio da resposta aos comandos.
Aprender a observar e conhecer o cão velho pode ser crucial para identificar e prevenir uma porção de complicações.
Principais doenças ortopédicas dos cães idosos
Abaixo listamos duas das principais doenças ortopédicas que afetam os cães idosos. Confira:
1- Artrose em cães:
A artrose em cães é caracterizada pela degradação lenta e progressiva da cartilagem que cobre o interior das articulações e ossos, geralmente causada por algum trauma ou micro trauma (desgaste anormal da articulação).
A maioria dos casos acontecem em cães idosos que já estão em uma fase mais avançada de suas vidas, muito pelo desgaste natural e progressivo das cartilagens nas articulações.
Como identificar a artrose no meu cachorro idoso?
O diagnóstico da artrose pode ser difícil, principalmente em sua etapa inicial, pelo fato dos cães terem a tendência de deslocar o peso de uma articulação desgastada para outra saudável, evitando a pressão sobre a primeira.
Muitos cães com um desgaste inicial desenvolvem uma manqueira ou outro tipo de apoio de forma intermitente (como manter uma pata levantada ou, quando machos, urinarem sentados).
Na medida que a doença vai se agravando e deteriora as articulações, o mancar começa a se tornar contínuo e, dependendo do agravamento da degeneração arterial, o cão começa a evitar certos movimentos, demonstrando sintomas de dor mais facilmente.
Os principais sinais passam por:
- Locomoção mais lenta;
- Resistência para sair para passear;
- Sofrem para acompanhar um ritmo intenso de caminhada;
- Mostram dificuldades para se levantar ou sentar;
- Se posicionam de forma pouco usual;
- Perda de apetite em ciclos de dor;
- Podem ainda apresentar sintomas de irritabilidade, agressividade, nervosismo, estresse e até insônia, evitando o toque em áreas afetadas pela artrose.
Prevenção é o melhor remédio!
A prevenção ainda é a melhor maneira de evitar o progresso da doença articular em cachorro velho. Para tal, os melhores métodos são através da:
- Alimentação: manter uma alimentação adequada, evitando o sobrepeso, é uma medida importante para não sobrecarregar as articulações.
- Exercícios: a realização de exercícios diários e de acordo com suas condições e aptidões físicas é altamente recomendado para a boa manutenção muscular. Os exercícios via hidroesteira são ótimas opções, pois colocam o pet com meio corpo submerso, aliviando o contato com o solo e acelerando o processo de reabilitação.
- Acompanhamento profissional: as visitas ao profissional veterinário devem ser feitas com regularidade. Dessa forma, é possível ter um plano de controle e planejamento mais eficiente para antecipar essas condições.
2 – Displasia coxofemoral em cães:
A displasia coxofemoral é uma das principais doenças ortopédicas caninas. Ela é caracterizada pelo desenvolvimento anormal da articulação, resultando em graus variados de incongruência e subluxação da cabeça femoral em relação ao acetábulo.
Ela ganha cada vez mais importância clínica na medicina animal, especialmente pela constatação de que possui um alto índice de casos de displasia coxofemoral em cães idosos.
A instabilidade da articulação pode levar a diferentes intensidades da doença articular degenerativa com o passar do tempo, o que acaba culminando, potencialmente, com a disfunção grave da articulação.
Os cães idosos com displasia coxofemoral costumam apresentar, na maioria dos casos, uma conjunção de fatores genéticos e ambientais, principalmente no desgaste excessivo do local. Os sinais clínicos mais descritos passam por rigidez articular, diminuição da amplitude de movimentos, anormalidade de marcha, atrofia muscular e dor crônica.
Como é feito o diagnóstico da displasia em cachorro velho?
Considera-se importante para o diagnóstico correto, a identificação da frouxidão articular nas fases iniciais da doença, seja por meio de ferramentas de diagnóstico indiretas ou diretas.
Alguns testes clínicos também podem ser aplicados durante o exame físico para o auxílio no diagnóstico. Pelas características dos sintomas da afecção, as manobras de averiguação da instabilidade articular são mais informativas em pacientes jovens, enquanto que a detecção de sinais de osteoartrite são esperadas em animais mais velhos.
O mais comum é o diagnóstico através da avaliação radiográfica (principalmente em cães adultos). Entretanto, diversos estudos levantam importantes limitações nesses exames. A principal delas é a falta de concordância entre a gravidade e intensidade de sinais clínicos e os achados radiográficos de projeções ventrodorsais da pelve.
Outras técnicas vem se desenvolvendo na busca por maior exatidão nos diagnósticos de displasia coxofemoral, entre elas o método Penn Hip. Este método avalia a frouxidão articular através de três planos radiográficos promovendo distração, compressão e extensão do quadril.
Qual o melhor tratamento para displasia coxofemoral em cães idosos?
É importante dizer que a avaliação individual de cada paciente e do contexto que circunda sua saúde é primordial para a melhor estipulação de tratamento.
Acredita-se que cerca de 90% dos pacientes utilizam-se de tratamentos conservativos, principalmente quando os resultados das modalidades cirúrgicas ainda não se apresentem como uma potencial cura.
Além disso, os métodos conservativos como a fisioterapia e outras modalidades não invasivas são extremamente úteis, mesmo após a instituição de tratamento cirúrgico. Ou seja, a reabilitação física desempenha papel muito mais fundamental no controle dos sintomas e estabilização indireta do quadril do que propriamente as opções cirúrgicas.
Os principais tratamentos buscam o controle dos sintomas e dos efeitos secundários relativos à doença, ou ainda a prevenção do agravamento ou progressão das alterações patológicas.
Diversos estudos da doença afirmam que os melhores resultados são de tratamentos multimodais. Ou seja, que envolvam diferentes modalidades de atuação terapêutica, preventiva ou ambas.
Conte sempre com ajuda profissional!
Muitos tutores mantêm seus pets longe dos olhos profissionais, porém, é muito importante a regularidade de consultas, principalmente para um cachorro velho.
A vistoria contínua por profissionais qualificados pode significar o diagnóstico precoce de possíveis doenças, tratando problemas renais e de coração, impedindo problemas maiores e aumentando as chances de recuperação.
A Rede Fisio Care Pet, por exemplo, conta com os melhores programas de combate à obesidade canina, osteoartrose, dores e recondicionamento físico. Traçamos um planejamento personalizado no tratamento e recuperação canina, com hidroesteira, acupuntura, ozonioterapia e outros métodos profissionais de reabilitação animal.
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