Hemivértebra em cães: conheça essa anomalia, as causas mais comuns, os sintomas clínicos mais claros, formas de diagnóstico e o tratamento eficaz para sua recuperação. Veja como a fisioterapia veterinária é importante no processo de reabilitação dos pets com hemivértebra
Hemivértebra em cães são anomalias congênitas encontradas com maior frequência em cães braquicefálicos com cauda helicoidal (exemplos: Buldogue Inglês, Francês, Boston Terrier e Pug), e comumente ocorrem na região da coluna tóraco-lombar, causando sintomas de lesão de neurônio motor superior em membros pélvicos. Em outras palavras, é uma falha na formação da vértebra durante o desenvolvimento do pet.
A hemivértebra em cães representa em torno de 7% das alterações de coluna relatadas em literatura, e podem apresentar sintomas desde filhotes (em casos mais claros), como em progressão durante o crescimento do pet.
Quais as causas mais comuns da hemivértebra em cães?
A hemivértebra canina pode ser causada por quatro tipos de defeitos:
1 – Aplasia ventral e unilateral;
2 – Aplasia ventral;
3 – Aplasia ventral e medial;
4 – Hipoplasia ventral.
As aplasias ventral e unilateral costumam ser as mais instáveis e tendem a destruir dorsalmente, causando compressão ventral da medula espinhal. As anomalias ventrais causam cifose (desvio da coluna vertebral, habitualmente localizado na região torácica que abrange poucas ou muitas vértebras), ao passo que as anomalias unilaterais causam escoliose (curvatura lateral da coluna vertebral, que pode ser única ou múltipla e fixa ou móvel).
Os cães podem apresentar uma única hemivértebra ou múltiplas, que podem ser sequenciais ou distribuídas pela coluna vertebral. Normalmente a hemivértebra única representa um pouco mais que metade dos casos relatados.
Sinais clínicos da hemivértebra canina
A incidência radiográfica de hemivértebra em Bulldog Francês é maior que 90% e de Bulldog Inglês por volta de 30%, mas nem todos apresentam sintomas relacionados a má formação. O aparecimento de sinais clínicos em cães com hemivértebra são raros, mas quando ocorrem podem ser de gravidade intensa. Geralmente, devido à compressão medular, os cães afetados apresentam sinais desde filhotes que progridem. Porém, os sinais também podem surgir durante o crescimento do animal, devido à instabilidade entre a hemivértebra e vértebra adjacente causando compressão progressiva e crônica, ou após algum trauma agudo ou trações da coluna.
Os sinais clínicos mais claros, principalmente pelo fato das vértebras incluídas em região T3-L3 serem mais comumente acometidas, são aqueles típicos de lesão de neurônio motor superior em membros pélvicos, como: perda de propriocepção, incoordenação e reações posturais retardadas, assim como outros sinais como paralisia dos membros posteriores e incontinência urinária e fecal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hemivértebra em cães deve ser realizado através da anamnese (análise do histórico de saúde do pet), exame físico e exames de imagem. Além disso, o teste de panículo e a palpação da coluna vertebral auxiliam na localização da lesão.
O tratamento mais adequado
O tratamento para hemivértebra canina pode ser conservativo (nos casos de não progressividade da doença), que geralmente se estabiliza com o término do crescimento do esqueleto, ou cirúrgico (em casos de sintomas progressivos).
O objetivo do tratamento cirúrgico deve ser a estabilização da coluna vertebral, com ou sem descompressão medular e não a correção da angulação da coluna vertebral. Quando ocorre a descompressão convencional sem estabilização vertebral pode desestabilizar a hemivértebra, causando uma subluxação vertebral.
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