A Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur pode ser classificada como uma degeneração espontânea da cabeça e do colo ou “pescoço” femorais, resultando em um colapso da articulação coxofemoral e DAD (doença articular degenerativa / osteoartrite).
Neste artigo vamos entender um pouco mais sobre as principais causas que resultam na Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur (NACF) em cães, os sinais clínicos mais claros, formas de diagnóstico, raças mais propensas e os tratamentos mais efetivos para combatê-la.
As causas da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães
A Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cachorro afeta o desenvolvimento deste osso na articulação do quadril. Acredita-se que se deve a um problema de fornecimento sanguíneo na zona, o que acaba por limitar a chegada de nutrientes ao tecido ósseo, originando a necrose das células e um rápido desgaste nessa parte do fêmur.
Esse tipo de necrose se manifesta durante o primeiro ano de vida do pet, geralmente entre o quarto e décimo primeiro mês de vida, período no qual a vascularização da epífise femoral ainda se encontra em desenvolvimento e, por consequência disso, em estado vulnerável.
Ainda não sabe ao certo as causas da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães. Entretanto, os especialistas convergem no entendimento de que a doença se manifesta devido à falta de irrigação sanguínea na articulação, ao nível da cabeça e do pescoço do fêmur, que pode ser provocado por diferentes fatores. Como:
1 – Fatores traumáticos: o sofrimento de vários traumatismos, como os provocados pelo intenso e repetitivo exercício físico, forçando a zona da articulação do quadril, originando fissuras ou afetando a irrigação adequada de fluxo sanguíneo no local.
2 – Fatores endócrinos: o elevado nível de estrogénios ou de testosterona pode originar uma precoce encerramento da placa epifisária proximal do fêmur, bem como afetar a circulação do sangue no local.
3 – Fatores metabólicos: a alimentação rica em fibras em uma idade precoce também pode originar um desequilíbrio metabólico que resultará na deficiência na absorção de cálcio e debilitar o tecido ósseo da cabeça e do pescoço do fêmur, bem como a irrigação sanguínea adequada da articulação.
Fatores de hereditariedade, conformação anatômica e pressão intracapsular também são causas bastante debatidos no meio acadêmico.
Quais as raças mais propensas?
As raças mais acometidas pela Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur costumam ser de porte toy, miniatura e pequena, principalmente Terriers, Pinschers, Poodles, Pugs, Malteses e Yorkshires. A maioria dos casos ocorre de forma unilateral, sendo que pouco mais de 15% dos cães afetados possuem a doença de forma bilateral.
Quais os primeiros sinais e sintomas da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães?
O primeiro sinal e sintoma da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães costuma ser a aparição repentina de mancar (claudicar), geralmente apenas em um membro. Essa claudicação costuma progredir de forma gradual, surgindo de maneira intermitente e tornando-se cada vez mais frequente. Na maioria dos casos a claudicação se intensifica e resulta em uma completa incapacidade para suportar o próprio peso.
Há também a exibição de atrofia muscular nos músculos glúteos e quadríceps (músculos da coxa), encurtamento do membro acometido, dor ao movimento passivo da articulação do quadril e, em alguns casos, crepitação da articulação.
Alguns pets também manifestam, adicionalmente, uma evidente irritabilidade e perda ou diminuição de apetite. Em alguns casos também é possível notar uma automutilação da pele que reveste o quadril afetado, como uma tentativa do cão em aliviar sua própria dor.
Como é feito o diagnóstico da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur?
O diagnóstico da Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães é feito através do acompanhamento clínico, levando em consideração os sinais clínicos descritos acima, verificando o local de dor do animal durante manipulação do quadril, atrofia da musculatura da coxa e outros.
O exame radiográfico da ACF (Articulação da Cabeça do Fêmur) também deve ser solicitado para averiguar a diminuição da densidade óssea da porção superior do fêmur, e/ou alargamento do colo (pescoço) femoral, com ou sem achatamento e deformidade da cabeça femoral.
Os sinais radiográficos são evidentes somente depois que a reabsorção vascular do osso necrosado tiver começado (são observados áreas mais escuras na cabeça femoral).
Quais os tratamentos mais eficientes para a Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães?
Quando se suspeita que o pet sofra de Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur, pode-se recorrer ao tratamento conservativo ou cirúrgico. Atualmente, a cirurgia ortopédica chamada de colocefalectomia (excisão artroplástica da cabeça do femur) é feita com certa frequência e produz resultados mais favoráveis do que tratamentos conservadores. A cirurgia consiste na excisão do colo e da cabeça do fêmur.
A operação pode deixar uma leve claudicação (mancar), pois o membro é encurtado pela remoção da cabeça e colo femorais. Muitos animais respondem bem a cirurgia, especialmente gatos e cães de pequeno porte. Contudo, a taxa de sucesso é considerada menor em cães de grande porte.
O prognóstico da cirurgia dependerá da gravidade da doença e do dano que a cabeça e pescoço do fêmur apresentarem. Como dito acima, alguns casos podem deixar uma leve claudicação intermitente no animal. Entretanto, após recuperação e reabilitação, os cães podem levar uma vida completamente normal.
Muitos casos onde o estágio é inicial, pode-se recorrer à imobilização do membro afetado com uma ligadura de tipo Ehmer para impedir que o cão apoie o membro e, assim, proteger a cartilagem articular. Nestes casos, recomenda-se a utilização de analgésicos e a manutenção do animal em repouso.
Para todos os casos, a fisioterapia veterinária tem papel fundamental na reabilitação saudável e veloz do pet como veremos a seguir:
A importância da fisioterapia veterinária em casos de Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur em cães
A fisioterapia é fundamental para a recuperação pós-operatória mais plena e saudável do animal, melhorando sua qualidade de vida. O tratamento tem como intuito a diminuição da inflamação, edema e dor decorrentes da cirurgia. Para tal, agentes físicos como laser, eletro, foto, magneto e outros, são utilizados de acordo com a necessidade de cada paciente.
Com o quadro doloroso controlado, inicia-se a fase de fortalecimento muscular, com estimulação das fibras musculares com técnicas de fisioterapia como: cinesioterapia e hidroterapia (utilizando-se de esteiras aquáticas), que irão auxiliar o retorno precoce do apoio do membro operado com preservação da musculatura através da descarga de peso.
O pet deve ser encorajado a usar o membro o máximo possível, pois isso ajuda na formação da pseudo-articulação e na manutenção da massa muscular e amplitude de movimentos. Cães com boa musculatura tendem a se recuperar mais facilmente. Por outro lado, cães acima do peso e debilitados tendem a ter um resultado mais vagaroso.
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