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Chihuahua – História e Saúde

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Chihuahua: entenda um pouco sobre a história dessa raça encantadora, suas características mais marcantes, patologias e lesões mais comuns e tratamentos viáveis

Poucos cães de pequeno porte podem se comparar ao Chihuahua, pois, apesar de suas reduzidas dimensões, é um cão de natureza forte unindo as características de um pet de luxo com toda a graça e travessura dos terriers.

A história do Chihuahua ainda possui certo mistério e diversas teorias sobre sua origem dificultam a certeza de seus antepassados. No entanto, as evidências arqueológicas encontradas no México, assim como muitos contos do folclore mexicano, evidenciam sua origem latina.

Diversas figuras de um cão miniatura chamado de Techichi, que possuía características bem parecidas com o Chihuahua, dão conta que essa raça é o ancestral direto mais provável do Chihuahua.

Apesar de não haver registros precisos de um cão com aparência similar ao Chihuhua antes do século 9, a teoria mais provável encontra-se no conto do cão Techichi, morador selvagem na região de tempos anteriores à civilização Maya.

Trata-se de um cão dotado de grande agilidade, alerta, rápido, cheio de vida e coragem. Como cão de guarda costuma estar sempre alerta, valente, capaz de enfrentar cães bem maiores do que ele. Costuma ser muito afetuoso com seu dono mas dificilmente tolera desconhecidos com facilidade, latindo furiosamente, muitas vezes alarmando ante o menor movimento suspeito.

Esse temperamento faz com que o Chihuahua necessite de uma socialização precoce como item essencial para equilibrar essa característica protetora. É um pet sensível, portanto, o ambiente e temperamento imposto em sua rotina podem influenciar seu comportamento durante a fase adulta.

É possível que o Chihuahua seja a menor raça de cachorro existente, tendo uma pelagem longa e ondulada, ou curta, aderente e brilhante, na maioria dos casos. São cães que pesam entre 1,5 e 3 kg, apesar de não raro encontrarmos exemplos com menos de 1 kg.

Chihuahua: patologias e lesões comuns

1 – Luxação de patela:

Trata-se do desencaixe das articulações do joelho, também denominada como rótula. A patela se caracteriza pelo osso do joelho que se alinha com o músculo do quadríceps e, quando afetada pela luxação, causa muita dor e grande perda de mobilidade.

É uma lesão comum na ortopedia veterinária, também não tão rara aos Chihuahua, principalmente pela sua reduzida força muscular. Embora nem sempre seja possível notar sinais claros da luxação de patela em Chihuahua, alguns sintomas comuns podem ser notados como:

1 – Andar manco (claudicação) que vai e volta;
2 – Dores intermitentes, que aparecem e somem, principalmente em climas frios;
3 – O pet passa a mancar com uma ou duas pernas traseiras;
4 – O pet passa a tentar esticar a perna para trás enquanto anda;
5 – As articulações ficam com aparência inchada;
6 – O pet perde sua capacidade de saltar e até pular naturalmente;
7 – Parte inferior do membro costuma girar em direção ao lado onde está a luxação (medial ou lateral).

Trata-se de uma patologia congênita ou desenvolvida em função de algum tipo de trauma, podendo se manifestar em diferentes níveis de gravidade, estimulando o desenvolvimento de outros tipos de complicações, quando não bem tratada, como a artrose.

O início da luxação patelar também traz consigo o desvio da tíbia, sendo que nos casos de luxação patelar medial (parte interna do joelho – mais comum nos Chihuahua), a crista da tíbia começa a virar para o meio da pernas, enquanto que os casos de luxação patelar lateral (na parte externa do joelho), a tíbia se desloca para o lado de fora do membro. Com isso, o desvio da tíbia em relação ao fêmur produz grande desgaste do menisco e um grande nível de dor ao cão.

A palpação ainda é o principal meio de diagnóstico. No entanto, o acompanhamento de diferentes exames de imagem como o raio-x digital auxiliam a análise assertiva do nível de degeneração da região patelar, averiguando não só as condições articulares como excluindo, ou não, a possibilidade de displasia ou luxações coxofemorais.

Os cães com graus leves de luxação patelar apresentam ótimos resultados com a introdução das técnicas de fisioterapia veterinária em sua recuperação, muitas vezes evitando a necessidade de intervenção cirúrgica.

Os cães que necessitam de cirurgia (onde a patela é colocada em seu local original), o pet é indicado para a fisioterapia no quinto dia após a operação, buscando não só o fortalecimento muscular, como a regeneração articular, de mobilidade e confiança do animal. Os métodos mais utilizados são hidroterapia com esteiras aquáticas, acupuntura e outros.

2 – Hérnia de disco:

A hérnia de disco é uma doença degenerativa que pode acontecer em qualquer disco do cão, mais comumente notada na região tóraco-lombar, podendo se dividir em três tipos: Hansen Tipo I, Hansen Tipo II e recentemente foi descoberta a Hansen Tipo III.

No tipo I, a degeneração começa em cães do sexto ao sétimo mês de vida, formando uma degeneração condroide do núcleo pulposo, e os sintomas podem aparecer em cães a partir de 16 meses, causando um quadro agudo de dor. No tipo II, ocorre uma degeneração discal fibroide, acometendo cães de mais idade, como um desgaste maior da região afetada. No tipo III a herniação é de forma aguda e os sintomas são rápidos e normalmente de maior gravidade.

Sabemos que a hérnia de disco em Chihuahua é um assunto muito sério, pois muitas vezes pode chegar a total paralisia do pet, por isso a importância da estipulação de um tratamento contínuo e profissional.

A hérnia de disco pode apresentar sintomas, desde a grau 1 (dor no local), grau 2 e 3 (dificuldade de locomoção) e grau 4 e 5 (paralisia dos membros com perda da sensibilidade). Sendo que pacientes que apresentam graus de 1 a 3 não necessitam de cirurgia, pois o tratamento com a fisioterapia veterinária apresentará os mesmos resultados.

A fisioterapia veterinária, em casos de hérnia de disco, como tratamento ou pós-operatório, trabalham o controle de processo inflamatório, melhorando a dor, trabalhando o ganho de massa muscular e o reestabelecimento da movimentação normal do pet.

Ainda há quem pense que apenas a cirurgia é o suficiente para recuperar um cão com hérnia de disco, mas é de extrema necessidade o acompanhamento com a fisioterapia animal, além da prática de exercícios regularmente. As técnicas mais utilizadas passam por hidroterapia com esteira aquática, laserterapia, acupuntura e outros.

3 – Ruptura de ligamento cruzado:

É ocasionada pelo deslizamento do fêmur sobre a tíbia, podendo levar a novas complicações como as lesões de menisco. É mais comum em cães de grande porte e potência muscular, mas não tão raro pode afetar cães mais frágeis como o Chihuahua.

Os sintomas da ruptura de ligamento cruzado são imediatos. Ou seja, diferente de outras lesões ortopédicas onde é possível constatar sintomas antes da progressão do problema, a ruptura de ligamento faz com que o pet sinta dor imediatamente após a complicação, evitando a utilização da pata machucada em função do sofrimento.

Existem três causas mais comuns que podem maximizar as chances de uma ruptura de ligamento cruzado em Chihuahua, além da natural incidência e propensão. São elas:

1 – Locais com superfícies longas e lisas que não possuem a aderência necessária para que o pet realize movimentos de maneira natural, sem que haja excesso de força em sua estrutura muscular;

2 – Traumas também podem ser responsáveis pelo aumento de chances de rompimento do ligamento cruzado, tendo como consequência em grande parte dos casos, uma fratura de menisco;

3 – A evolução de uma lesão já existente nos membros, como a luxação patelar. Quando um pet possui a luxação patelar automaticamente acaba colocando mais força sobre um dos membros prejudicados, sobrecarregando o setor e fazendo com que as chances de uma ruptura de ligamento cruzado aumentem em uma situação de extremo emprego de força na musculatura.

O diagnóstico é feito através de um exame ortopédico, utilizando movimentos de gaveta e compressão tibial. Casos mais complexos buscam nos exames de imagem uma melhor conclusão. Além disso, a ressonância magnética e artroscopia também podem ser requisitados em alguns casos.

A cirurgia costuma ser a primeira medida após a constatação da lesão. Atualmente as técnicas de osteotomias corretivas como a TPLO e TTA são as mais indicadas. Em qualquer caso, a fisioterapia veterinária é requisitada após 5 dias de cirurgia.

As técnicas que passam por hidroterapia com esteira aquática, acupuntura e quiropraxia oferecem as condições plenas para combater as dores e incômodos, auxiliando o pet no fortalecimento e recuperação de sua mobilidade natural.

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